A partir de uma carta que chega ao seu destino quase 50 anos depois, Heitor Caramez, filho do jornalista Eloy Gallotti, procura investigar quem foi a figura do seu pai. Toda a história está no documentário “Meu caro Michel”, que terá pré-estreia em Blumenau na segunda-feira, dia 6, às 19h30, no Auditório Carlos Jardim da secretaria de Cultura. A sessão com entrada de graça será seguida de debate com o diretor Heitor Caramez.
Eloy Gallotti (Rio de Janeiro, 1952 - Florianópolis, 1999), falecido quando Heitor tinha 12 anos, teve uma trajetória intensa nos movimentos estudantis, como professor, ativista da contracultura e jornalista. Foi membro do jornal “Afinal”, tabloide editado em Florianópolis entre 1980 e 1983, e importante figura da imprensa alternativa, representando um papel semelhante em Santa Catarina ao jornal “Pasquim”, em âmbito nacional.
A história de Gallotti é contada através de uma montagem com cartas, diários, poemas, jornais e entrevistas com familiares, amigos e colegas de jornalismo. Além disso, o filme também apresenta um panorama das visões políticas inseridas no embate à ditadura militar e à produção em Florianópolis do jornal independente “Afinal”, no começo dos anos 1980.
Para essa reconstrução da vida de Eloy, foram feitas 30 entrevistas e mais de 40 horas de filmagem. A pesquisa incluiu buscas em inúmeros acervos, como os do Serviço Nacional de Informações (SNI) no Arquivo Nacional no Rio de Janeiro, já que todos os membros do “Afinal” e amigos em comum foram vigiados e fichados durante anos.
O projeto foi contemplado pelo Prêmio Catarinense de Cinema 2020 e executado com recursos do estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura. O longa ainda conta com apoio técnico do NPD/IFSC Campus Florianópolis e com a produção da Lua Filmes e Vedere Marketing.
