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Especial

Conheça a história do projeto AllJazz de Blumenau, que encantou o público

Reportagem conta sobre o cenário do jazz na cidade, em comemoração ao Dia Internacional do Jazz

Publicado em 30/04/2024 às 08:30
Atualizado em

Projeto Jazz na Rua (Foto: Arquivo Pessoal)

Originário dos Estados Unidos, entre 1890 e 1910, o jazz se adaptou a muitos estilos musicais ao longo dos anos, resultando em uma grande variedade melódica, harmônica e rítmica. Os instrumentos musicais são muito importantes nesse cenário e fazem toda a diferença no repertório, já que, muitas vezes, não são acompanhados por vocais.

Por isso, quem passou pela rua XV de Novembro, em Blumenau, durante os fins de semana nos últimos meses, deve ter reparado no All Jazz Quartet, que se destacou pelo compromisso em promover a diversidade e acessibilidade cultural durante o projeto Jazz na Rua.

Formado pelos blumenauenses Caio Fernando (baixo elétrico e acústico), JP (bateria), Rafa Girardi (teclas) e Suelen Mondini (saxofone), o All Jazz Quartet fez diversos shows de graça e abertos a toda comunidade, com o intuito de formar plateia para o estilo musical.

“O projeto AllJazz surgiu logo depois da pandemia, com aquela vontade que todo mundo estava de sair de casa e se encontrar. Então isso tem tudo a ver com jazz, que é uma música que tem uma troca grande entre os artistas, músicos e o público também. E aí começamos essa ideia de movimentar a cena do jazz mais uma vez, porque antes já acontecia, mas numa menor escala”, relembra Caio Fernando, integrante do quarteto.

A partir daí, como todos já tinham experiências com o estilo e se conheciam desde a adolescência, começaram o projeto com uma formação clássica de jazz, que junta instrumentos de sopro, piano, bateria e baixo acústico.

Com influências de músicos clássicos como Hermeto Pascoal, Tom Jobim e Gil, o quarteto tem um pé bem forte na música brasileira, misturando elementos do funk, hip-hop e pop. “Temos uma história de repertório bem amplo. Gostamos de trabalhar muitas coisas diferentes e para o jazz nunca há limites. No nosso show, você vai ver que o repertório que a gente traz é de diversas vertentes”, explica.

O processo de seleção das músicas tem como foco principal o público, então o repertório é pensado para agradar a plateia. "Como a música é instrumental, sem vocal, é preciso que as pessoas consigam se relacionar com a música, precisam entender que música é, então a gente sempre escolhe um repertório que achamos legal e que as pessoas vão se identificar. Aí, no meio do show, começamos a apresentar coisas mais diferentes, um pouco mais ousadas e mais difíceis de ouvir", comenta.


No projeto Jazz na Rua, por exemplo, foram feitos oito shows nas praças, todos com repertório totalmente inédito. Cada show foi diferente e pensado para que fosse envolvente, agradável e que eles conseguissem se conectar com pessoas não só que gostam de jazz, mas com pessoas que talvez nunca conheceram ou nunca ouviram, e que estavam tendo a primeira oportunidade presenciando naquele momento.

Sobre a evolução das tecnologias, Caio diz que o jazz sempre teve força, apesar de ser um gênero antigo, é considerado atemporal, uma vez que são criados constantemente materiais e divulgados artistas novos.

"Para mim, o jazz é muito importante porque é uma música que permite com que a gente tenha uma troca musical no palco bem diferenciada do que os outros estilos. O jazz envolve muita improvisação. Então, quando você está no palco é uma conversa constante, já que cada pessoa do grupo, apesar de estar seguindo uma métrica e as harmonias da música, está improvisando em algum aspecto. É uma troca intensa e é um dos únicos estilos que tem esse tipo de pensamento", destaca.

Ele acredita que o estilo musical é bem acessível e que tem que ser difundido para todos. Por não ser algo elitizado, como a maior parte das pessoas pensa, é extremamente popular e isso acaba sendo um aspecto interessante do estilo.

Projetos futuros

Caio adiantou que já estão no processo de captação para a segunda edição do projeto Jazz Catarina, que convida compositores catarinenses e nacionais. Serão quatro shows de graça para o público, similar ao Jazz na Rua, que também irá contar com uma segunda edição.

"A ideia é que esses projetos sejam anuais. A gente sempre teve o desejo de que o Jazz na Rua fosse um projeto anual, mas depende, claro, das políticas públicas de mandar o projeto, aprovar e captar nas empresas", explica.

Além desses projetos, o quarteto está fazendo shows em diversos locais. Quem quiser acompanhar a agenda, basta acessar a página oficial do Instagram.

* Por Morgana Kloth

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