Portal da Cidade Blumenau

Especial

Desenhista de Blumenau cria ilustrações que encantam e atravessam fronteiras

Blumenauense já ganhou diversos prêmios brasileiros e internacionais durante a trajetória como artista e escritor

Publicado em 15/04/2024 às 14:30
Atualizado em

Guilherme Karsten (Foto: Arquivo pessoal)

Nesta segunda-feira, dia 15 de abril, é comemorado o Dia Mundial do Desenhista, data que homenageia não apenas a arte do desenho, mas também os artistas que trazem vida às suas criações e conectam pessoas em todo o mundo.

“Eu nunca me olhei como um artista para Blumenau, mas sim um artista de Blumenau. O que eu acho legal é que, mesmo sendo uma cidade menor, que não tem tanta força quanto uma cidade como São Paulo, por exemplo, culturalmente e artisticamente falando, eu me olho como alguém daqui capaz de transpor esses muros geográficos”, conta Guilherme Karsten sobre o reconhecimento que teve durante a trajetória.

O blumenauense, de 41 anos, estudou Publicidade e Design Gráfico e iniciou a carreira de ilustração na indústria de animação e moda. Em 2010, ilustrou seu primeiro livro infantil e, desde então, já fez ilustrações para mais de 30 livros de autores brasileiros e internacionais, além de escrever também os próprios livros.

Ao Portal da Cidade Blumenau, ele conta que a paixão pela arte começou cedo, desde os dias em que se deitava no chão da sala com uma capa de LP como base para os desenhos. Aos 4 ou 5 anos, era esse o passatempo dele. Já a carreira profissional como ilustrador começou mais tarde, depois de trabalhar em um estúdio de animação por quase nove anos.

“Eu sempre quis trabalhar com ilustração. Quando pequeno, eu queria trabalhar na Disney, esse era o meu grande sonho, o de fazer desenho animado, mas fui mudando com o tempo. Depois, comecei a desenvolver essa paixão pelos livros infantis de fato, pela linguagem e pelas histórias simples”, relembra.

A transição para ilustrações profissionais veio quando decidiu participar de concursos e, eventualmente, criar os próprios livros infantis. Ele ilustrou muitos livros para outros autores antes de criar o próprio, sendo o primeiro chamado "Carona", publicado em 2017.


No que diz respeito ao estilo, Guilherme comenta que "apesar de ter um estilo próprio, eu navego um pouco entre estilos em cada livro. Sou meio camaleão, uma vez que cada história é diferente da outra. Então, eu acho que eu estou sempre em busca do meu traço perfeito, apesar das pessoas reconhecerem meu traço, falarem, ‘isso aqui foi o Guilherme quem fez’ pelo estilo”.

As ilustrações digitais se tornaram importantes no processo criativo, permitindo uma produção mais rápida e eficiente. “Eu trabalho basicamente no digital, pouquíssima coisa eu faço no papel. Nessa questão de ter que voltar, apagar e refazer, o computador é muito mais rápido. Confesso que essa pressa, essa correria também incomoda, mas eu tenho mais pressa do que vontade de ser mais calmo”, brinca.

Para ele, a parte favorita é poder trabalhar com aquilo que sempre idealizou desde cedo, de ser desenhista. Além disso, o fato de também escrever as próprias obras é muito prazeroso, já que vai além do que sempre imaginou. “Domingo à noite eu já fico empolgado para segunda-feira que vai chegar, porque eu posso sentar e trabalhar no que gosto. Então tenho muito prazer no que eu faço”.

Mesmo Blumenau não tendo tanta força para publicação de obras, Guilherme acredita que isso não impede artistas de nascerem e serem criados por aqui, por isso fica feliz de ter reconhecimento tanto na cidade, quanto fora dela. “Eu acho isso muito legal, porque mostra que não existem limites ou muros para nós, artistas”, destaca.


Com o apoio de uma agente literária internacional, o trabalho dele é publicado em mais de 15 idiomas e em mais de 30 países. Seus livros já conquistaram reconhecimento mundial com premiações como a Placa de Ouro da Bienal de Ilustrações de Bratislava (Eslováquia), em 2019, o Grande Prêmio Catavento de Ouro (China), em 2019, e o Prêmio Jabuti de “Melhor Livro Ilustrado” (Brasil), em 2021.

Para o futuro, Guilherme já adiantou que a versão brasileira do livro “Você dorme como um monstro?”, já publicado no exterior, deve ser lançada em julho no país. Neste ano, o artista e escritor também pretende dedicar mais tempo para as próprias obras e tirar as ideias da gaveta.

* Por Morgana Kloth

Fonte:

Deixe seu comentário