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Nutrição e Saúde

Uso de adoçantes na rotina

Confira a nova coluna da nutricionista Dra. Camila Spinelli

Publicado em 04/05/2024 às 18:00
Atualizado em

Coluna Nutrição e Saúde (Foto: Canva / Reprodução)

Você é daquelas pessoas que troca o açúcar pelo adoçante? Deixa eu te contar que esse pode ser um hábito não tão saudável como você imagina.

Em maio do ano passado, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou uma nova diretriz sobre o uso de adoçantes sem açúcares e nela encontramos evidências científicas sobre o assunto polêmico.

Ela inclui todos os adoçantes não nutritivos sintéticos e naturais ou modificados que não são classificados como açúcares encontrados em bebidas e alimentos industrializados ou vendidos sozinhos para serem adicionados a alimentos e bebidas. Portanto, inclui o acesulfame K, aspartame, ciclamatos, sacarina, sucralose, estévia e derivados de estévia. Não considerando os açúcares de baixa caloria e álcoois de açúcar (polióis) - eritritol, manitol, sorbitol e xilitol entre outros.

Você pode encontrar a versão completa pelo no site da WHO neste link.

Há benefícios em usar adoçantes no dia a dia?

O uso dos adoçantes não oferece nenhum benefício a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças e a OMS não recomenda o uso de adoçantes para controle de peso ou reduzir o risco de doenças não transmissíveis. Os estudos mostram que o uso de adoçantes pode estar relacionado com a perda de peso, menor IMC e ingestão de calorias por curto período, apenas por três meses.

Substituir açúcar livre por adoçante não é uma escolha adequada e os esforços para reduzir a ingestão de açúcares livres devem ser implementados no contexto de alcançar e manter uma dieta saudável.

O adoçante pode ser usado por pessoas com diabetes melittus, que necessitam de um controle da glicose no sangue. Mas não ajuda a prevenir o diabetes.

Na prática, como fazer então para adoçar os alimentos?

Substituir os açúcares livres na dieta por fontes de doces naturais, como frutas, bem como alimentos e bebidas sem açúcar minimamente processados, ajudará a melhorar a qualidade da dieta e deve ser a alternativa preferida aos alimentos e bebidas que contêm açúcares livres.

Quer aquela dica da nutricionista?

- Adoce naturalmente as preparações com frutas frescas ou secas como uva passa, tâmaras e damasco;

- Evite colocar o açúcar no café, comece diminuindo a quantidade aos poucos;

- Para adoçar chás, prefira o mel;

- Deixe as sobremesas e bolos açucarados para fins de semana ou datas especiais;

- Não pule as refeições, pois quando estamos muito tempo em jejum a vontade de comer doces aumenta.

Em 65ml de adoçante, os preços médios são:

  • Sucralose = 5,00
  • Sacarina = 6,00
  • Stévia = 11,00
  • Aspartame = 12,40
  • Eritritol = 14,46
  • Xilitol = 26,99
  • (eritritol, manitol, sorbitol e xilitol) e dissacarídeos (lactitol, maltitol e isomalte).

O xilitol parece ter impacto na glicemia apesar de ser menor que o açúcar, o eritritol tem menor poder adoçante sendo necessária maior quantidade para obter o dulçor esperado e ambos podem causar desconforto gastrointestinal em algumas pessoas, como flatulência e cólicas

Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos com 18 anos ou mais estavam acima do peso. Destes, mais de 600 milhões eram obesos. Em 2020, mais de 38 milhões de crianças menores de cinco anos estavam acima do peso – um aumento de cerca de 6 milhões nos últimos 20 anos.

O IMC alto foi responsável por cerca de 4 milhões de mortes em 2017, e o aumento do IMC na faixa de sobrepeso e obesidade levou a um maior risco de mortalidade. O sobrepeso e a obesidade também são fatores de risco para muitas doenças não transmissíveis, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer. As DCNT são as principais causas de morte em todo o mundo e foram responsáveis por cerca de 41 milhões (71%) das 55 milhões de mortes em 2019.

Conheça mais sobre a nutricionista Dra. Camila Spinelli


Camila Leandra Bueno de Almeida Spinelli, 37 anos, nasceu em Blumenau e iniciou a vida acadêmica cursando Administração com habilitação em Marketing e, simultaneamente, o curso de Nutrição.

A paixão falou mais alto e, em 2005, seguiu apenas a graduação de Nutrição na Univali e se mudou para Balneário Camboriú. Depois de se formar, retornou para Blumenau, onde mora e atua profissionalmente.

Hoje, além de ser professora, é palestrante, faz parte da bancada do Jornal da Mix no quadro Nutrição e Saúde, produz conteúdos sobre alimentação e nutrição no Instagram, atua como nutricionista na Escola de Educação Infantil Ser Brincante, além de voltar para as atividades em consultório neste ano.

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