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Como se fosse a primeira vez: o pet idoso a cada dia é um novo pet

Confira a nova coluna do médico veterinário clínico e cirurgião, Dr. Carlos Sansão, no Portal da Cidade Blumenau

Publicado em 27/06/2024 às 19:00
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Coluna Mundo Pet (Foto: Canva / Reprodução)

Os pets não perdem a memória toda noite, como Lucy, personagem de Drew Barrymore no filme, “Como se fosse a primeira vez”. Mas com o passar dos meses e anos ele irão, sim, ter mudanças comportamentais e de rotina, que os tutores podem até estranhar, mas precisam absorver para que os dias do pet idoso sejam saudáveis.

Seja no dia a dia como médico veterinário clínico geral ou nos atendimentos focados no acompanhamento geriátrico, muitos tutores e responsáveis por pets me trazem dúvidas sobre comportamentos do bichinho, que só foram surgir depois de muitos anos de vida e sim, isso é bastante comum

Comer menos ou mais do que antes, inverter horários de sono e de estar acordado, dormir muito, começar a fazer xixi fora de hora ou fora dos lugares que fazia antes, evitar carinhos que antes gostava ou até mesmo ficar agressivo com uma atitude que antes não fazia diferença. Tudo isso são padrões de mudanças que podem acontecer nos pets idosos

Antes isso não era percebido tanto pelos tutores, pois a expectativa de vida dos pets era menor, com poucos animais ultrapassando muitos anos na fase senil. Agora, o avanço tecnológico na alimentação, nos tratamentos e procedimentos clínicos, as políticas de bem-estar e a adoção cada vez mais responsável, permitem que os pets tenham a vida mais longa e é na fase senil que ocorrem com maior incidência as doenças degenerativas. 

Um exemplo de doença degenerativa é o Distúrbio Cognitivo do Cão Idoso que traz consigo todas ou algumas das situações que descrevi acima. Este distúrbio também pode trazer situações bem atípicas como a imobilidade em descer ou subir escadas, que fazia tranquilamente antes, se perder pelos cômodos da casa ou espaços do quintal. Não saber entrar ou sair de um local que antes era comum sua passagem. 

Também passam a ter comportamentos que parecem uma “redução de afeto”, mas são apenas situações da senilidade e os tutores e responsáveis precisam administrar psicologicamente. Eles podem chorar achando que estão sozinhos mesmo com alguém perto, deixam de tolerar proximidade de outros pets, deixam de reagir a carinho ou a movimentos que antes se interessavam como passeios e brincadeiras, podem ficar dormindo e ignorar chegada ou partida das pessoas

Para os tutores e responsáveis, podem ser atitudes difíceis, porém, mais do que nunca, estas pessoas precisam estar próximas e dar atenção ao pet, agora de um jeito diferente e entender as mudanças. Ao perceber sinais e comportamentos como os descritos aqui, o pet deve passar por uma consulta, pois é preciso diferenciar se o que está ocorrendo é pela senilidade ou por outros possíveis problemas de saúde. 

Ficou com dúvidas? Envie perguntas para o Portal da Cidade Blumenau ou me escreva no Instagram @vetcarlossansao que eu trago os temas aqui para a coluna semanal! 

Saiba mais sobre o Dr. Carlos Sansão


Carlos Sansão, natural de Blumenau, desenvolveu um amor pelos animais desde a infância, proporcionado pelos pais. Esse vínculo se fortaleceu ao longo dos anos durante a experiência profissional de banho e tosa de pets, com uma posterior especialização nessa área.

Hoje, ele atua como profissional liberal, faz atendimento médico veterinário em domicílio. Além disso, também desempenha voluntariado em projetos de resgates de animais em situação de maus-tratos e vulnerabilidade.

Como colunista do Portal da Cidade Blumenau, o objetivo é falar da medicina veterinária de uma forma mais próxima das pessoas. Toda semana, as colunas trarão novidades e tirarão dúvidas, dedicando o espaço para assuntos que importam à comunidade, principalmente para aqueles que amam os animais e têm os seus pets de companhia.

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