Na semana passada, na minha primeira coluna aqui no Portal da Cidade, refletimos que não precisamos atravessar oceanos para sermos viajantes.
Mas será que existem tipos de viagens e viajantes?
Olha, vou confessar para você que eu não sou de rotular ou criar uma caixinha muito específica de algo. Isso porque eu percebi, nos últimos anos, que somos seres mutáveis e impermanentes.
Você já deve ter percebido que coisas que você gostava no passado, hoje já não fazem tanto sentido assim. E, aqui, eu aplico aquela máxima que a internet ama usar: “e tá tudo bem” — porque está mesmo.
Mas outra coisa que eu também penso é que, muitas vezes, quando estamos aprendendo sobre algo, essas pequenas definições nos ajudam a entender sobre o que queremos buscar ou alcançar.
Viajar não é diferente. Engana-se quem acha que viajar é somente conhecer o externo, os museus, o ponto turístico principal ou aquele restaurante que viralizou no Tik Tok. Viajar também é visitar um lugar que muitas vezes deixamos para depois: nós mesmos.
Já vivenciei muitos tipos de viagens. Das low-cost (custo baixo) onde as minhas refeições principais eram feitas de sanduíche do mercado. Até outras com direito a um jantar típico francês acompanhado de duas garrafas de vinho em um barco no Rio Sena.
Já fui daquele tipo de viajante que cria o roteiro regrado de hora em hora, até destinos que eu fui sem fazer pesquisa alguma. Já andei 30 km em um dia, como também me permiti visitar cidades onde a locomoção foi feita através de transportes variados. Já passei a noite em aeroportos, assim como já escolhi me hospedar em um hotel de algumas estrelas.
São muitas as experiências, mas todas têm algo em comum: o autoconhecimento.
No fim, eu acredito que existe um tipo bem diferenciado de viajante: aquele que arrisca, que tenta, que abre espaço para experimentar coisas novas, que se desloca para fora da zona de conforto, que tenta enxergar os horizontes com outra visão, que busca escutar o que as pessoas têm a dizer.
E é esse que eu tento ser, não só quando embarco para um novo destino, mas em todos os dias da minha vida, porque eu vou te contar um segredo muito especial: a vida é uma grande viagem.
Saiba mais sobre Manu Fernandes
Manuela Fernandes, 29 anos, nasceu em São Paulo e se mudou com os pais para Blumenau quando tinha apenas seis anos de idade. Ela sempre quis viajar desde muito nova, mas foi depois de concluir a graduação em Publicidade e Propaganda, que decidiu traçar as rotas e conhecer o mundo.
Semanalmente, Manu irá compartilhar a experiência dela viajando por mais de 15 países e três intercâmbios, além de trazer conteúdos locais e curiosidades sobre as cidades da região e do estado.
