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Estudo

Estudo aponta altos índices de sobrepeso e obesidade em adolescentes de Blumenau

Pesquisa foi conduzida no âmbito do Mestrado em Saúde Coletiva da Furb

Publicado em 01/07/2024 às 16:00

Imagem ilustrativa (Foto: Canva/Reprodução )

Um estudo inédito feito por pesquisadoras da Universidade Regional de Blumenau (Furb) revelou que 31,3% dos adolescentes entre 10 e 15 anos matriculados nas escolas municipais de Blumenau apresentam excesso de peso. Entre eles, 18,2 % estão em sobrepeso, 11,3% apresentam obesidade e 1,8% possuem obesidade grave. O estudo avaliou o estado nutricional de 675 adolescentes matriculados em escolas municipais de todas as macrorregiões de Blumenau.

 Ainda de acordo com os dados obtidos, 65,4% dos adolescentes que participaram da pesquisa encontram-se em eutrofia, isto é, em estado de normalidade do ponto de vista nutricional. Além disso, 3% apresentam magreza e 0,3% dos adolescentes estudados estão em situação de extrema magreza. A pesquisa foi feita pela pesquisadora Angélica Frizon Krindges Ludwig, sob orientação da professora Luciane Coutinho de Azevedo, no âmbito do Mestrado em Saúde Coletiva da universidade.

As maiores prevalências de excesso de peso foram encontradas entre os adolescentes da faixa etária mais jovem estudada (entre 10 e 12 anos) e entre as adolescentes do sexo feminino pós-púberes, isto é, que já haviam completado o processo de maturação sexual característico da puberdade. A pesquisa também permitiu identificar a existência de dois fatores que tornam o indivíduo mais propenso a desenvolver excesso de peso.

Entre as meninas, o fator para o excesso de peso foi a ocorrência da primeira menstruação entre 8 e 10 anos; enquanto entre os meninos, o fator foi estudar no turno matutino. Em outras palavras, meninas que tiveram a primeira menstruação mais cedo e meninos que frequentam a escola no período da manhã apresentaram, a partir dos achados da pesquisa, maior propensão ao excesso de peso.

Ainda que o estudo não tenha avaliado o sono dos adolescentes, as pesquisadoras acreditam que a associação entre apresentar excesso de peso e estudar no turno matutino pode estar relacionada à qualidade de sono dos estudantes. As pesquisadoras acreditam que o fato de terem que acordar cedo para ir à escola pode estar levando os meninos a dormir menos ou ter uma qualidade de sono pior do que as meninas. Tal suposição, no entanto, demanda estudos adicionais para ser verificada.

Na avaliação das pesquisadoras, os índices de sobrepeso e obesidade revelados pela pesquisa são elevados e exigem ações imediatas. O índice geral de 31,3% de adolescentes com excesso de peso encontrado pelas pesquisadoras é superior ao descrito em estudos de base nacional e estudos populacionais regionais publicados em 2014 e 2015. A escolha por estudar a faixa etária de 10 a 15 anos deve-se à necessidade de identificar precocemente os casos de excesso de peso, de modo a permitir intervenções antes que haja um agravamento do quadro ou o desenvolvimento de doenças crônicas associadas.

A pesquisa é um dos desdobramentos do trabalho feito pelo Grupo de Estudos em Condições Crônicas na Infância e Adolescência (GECCIA). O grupo atua desde 2000 no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Regional de Blumenau (PPGSC-Furb) por meio da organização de estudos das condições de vida e saúde de pessoas com doenças crônicas, com foco na infância e adolescência. Com os resultados da pesquisa em mãos, as pesquisadoras pretendem voltar às escolas para compartilhar os resultados e produzir material educativo sobre alimentação, exercício físico e qualidade do sono.

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