Quando pensamos em desbravar o mundo, normalmente pensamos em ir muito distante. Cruzar continentes e mudar o fuso horário drasticamente. Pensamos em destinos clássicos: Paris, Lisboa, Londres ou Barcelona.
E muitas vezes esquecemos tudo o que nos cerca.
Foi o que aconteceu comigo. Depois de três anos viajando pelo continente europeu, percebi que na fronteira do meu país havia algo muito desconhecido.
Senti a vontade de me conectar com o meu "eu latino”, de descobrir culturas, costumes, expressões e comidas de países da América do Sul.
Foi a partir daí que comecei a planejar o meu mochilão pela Bolívia. País muitas vezes esquecido e não valorizado. A Bolívia é o país de maior concentração indígena do nosso continente, que tem uma cultura rica, uma comida saborosa e onde o povo tem olhar de afeto.
Escrevo diretamente de Uyuni, terceira cidade que desbravo nesta temporada. Já passei por Santa Cruz de La Sierra e Sucre. O caminho tem me mostrado diversas surpresas. Muito do que se sabe, na verdade não é o que é.
Quando decidimos ir para um novo país, devemos levar com a gente o respeito com a cultura que iremos conhecer.
Aqui na Bolívia, muitas coisas são sagradas. O alimento, o trabalho, a preservação da cultura ancestral. Eu sinto vida por onde passo, por onde olho.
Santa Cruz de La Sierra é a cidade mais populosa do país, onde também é o melhor lugar para se chegar de avião, já que o preço sai muito mais barato do que chegar por La Paz. Além de ser um bom ponto para você começar a aclimatar.
A Bolívia, de uma maneira geral, é um país bem acima do nível do mar. A altitude é um desafio para nós brasileiros, mas cada corpo é um corpo. Uns sentem mais do que outros.
Sucre é considerada a cidade branca, em virtude de suas paisagens urbanas históricas. É considerada a cidade mais bonita da Bolívia e já teve outros três nomes representando cada período histórico. Nessa cidade você começa a sentir os efeitos da altitude, já que ela está a quase três mil metros acima do nível do mar.
Agora em Uyuni o “bicho pega": 3.600 metros de altitude. O ar fica pesado, a cabeça dói. Aprendi com os locais que a folha de coca ajuda nos efeitos. Tenho tomado mate de coca todos os dias e tem aliviado.
A escolha de estar aqui é porque vou embarcar em uma das aventuras mais emocionantes da minha existência. Vou para o Salar do Uyuni, o maior deserto de sal do mundo.
Será uma expedição de três dias desbravando o que essa natureza magnífica tem pra oferecer.
Na próxima semana contarei em detalhes como será essa experiência.
Saiba mais sobre Manu Fernandes
Manuela Fernandes, 29 anos, nasceu em São Paulo e se mudou com os pais para Blumenau quando tinha apenas seis anos de idade. Ela sempre quis viajar, desde muito nova, mas foi depois de concluir a graduação em Publicidade e Propaganda que decidiu traçar as rotas e conhecer o mundo.
Semanalmente, Manu compartilha a experiência dela viajando por mais de 15 países e três intercâmbios, além de trazer conteúdos locais e curiosidades sobre as cidades da região e do estado.
